sábado, 13 de dezembro de 2014

Cientistas descobrem como os egípcios moveram pedras gigantes

 Cientistas descobrem como os egípcios moveram pedras gigantes para formar as pirâmides

Crédito da Imagem: Shutterstock.
Como já havíamos comentado anteriormente, a hipótese (não científica) dos "Alienígenas no Passado" nunca passou de pseudociência, isto é, através de premissas falhas, manipulação de dados e evidências, os pseudocientistas fundamentavam suas hipóteses (veja aqui e aqui).
Comumente nos deparávamos com alegações absurdas, tais como:
"Naquela época, os seres humanos não tinham 'tecnologia' o suficiente para construir pirâmides, e nos hieróglifos, por exemplo, haviam representações de supostos deuses, mas na verdade eram alienígenas, logo a explicação mais lógica é a de que os aliens construiram as pirâmides."
Mas afinal, como uma civilização antiga, sem a ajuda de tecnologia moderna, conseguiu mover pedras de 2,5 toneladas para compor suas famosas pirâmides?
A pergunta afligia egiptólogos e engenheiros mecânicos há séculos. Mas agora, uma equipe da University of Amsterdam acredita ter descoberto o segredo.
Tudo se resume ao atrito. Os antigos egípcios transportavam sua carga rochosa através das areias do deserto: dezenas de escravos colocavam as pedras em grandes "trenós", e as transportavam até o local de construção. Na verdade, os trenós eram basicamente grandes superfícies planas com bordas viradas para cima.
Quando você tenta puxar um trenó desses com uma carga de 2,5 toneladas, ele tende a afundar na areia à frente dele, criando uma elevação que precisa ser removida regularmente antes que possa se ​​tornar um obstáculo ainda maior.
A areia molhada, no entanto, não faz isso. Em areia com a quantidade certa de umidade, formam-se pontes capilares - microgotas de água que fazem os grãos de areia se ligarem uns aos outros - o que dobra a rigidez relativa do material. Isso impede que a areia forme elevações na frente do trenó, e reduz pela metade a força necessária para arrastar o trenó. Pela metade.
Uma grande pilha de areia se acumula em frente do trenó quando este é puxado para sobre a areia seca (esquerda). Na areia molhada (direita) que isso não aconteça. Crédito: Pesquisa fundamental sobre a matéria (FOM).
Uma grande pilha de areia se acumula em frente ao trenó quando ele é puxado sobre a areia seca (esquerda). Na areia molhada (direita) isso não acontece. Crédito da Imagem: Fundamental Research on Matter.
De acordo com o estudo:
Os físicos colocaram, em uma bandeja de areia, uma versão de laboratório do trenó egípcio. Eles determinaram tanto a força de tração necessária e a rigidez da areia como uma função da quantidade de água na areia. Para determinar a rigidez, eles usaram um reômetro, que mostra quanta força é necessária para deformar um certo volume de areia.
Os experimentos revelaram que a força de tração exigida diminui proporcionalmente com a rigidez da areia. Um trenó desliza muito mais facilmente sobre a areia firme e úmida do deserto, simplesmente porque a areia não se acumula na frente do trenó, como faz no caso da areia seca.
Uma grande estátua está sendo transportado por trenó. Uma pessoa de pé em frente da prancha molha a areia. Crédito da Imagem: Fundamental Research on Matter.
Uma grande estátua está sendo transportado por trenó. Uma pessoa de pé em frente da prancha molha a areia. Crédito da Imagem: Fundamental Research on Matter.
Estas experiências servem para confirmar o que os egípcios claramente já sabiam, e o que nós provavelmente já deveríamos saber. Com isso, colocamos um ponto final nas hipóteses pseudocientíficas dos "Alienígenas do Passado".

Artigo publicado na Physical Review Letters com o título Synopsis: Sliding Sand.
Notícia divulgada no site da University of Amsterdam e na Phys.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Encontradas evidências diretas de ondas gravitacionais

Cientistas da Universidade de Harvard encontraram as primeiras evidências diretas de Ondas Gravitacionais observando a Radiação Cósmica de Fundo.

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Essa é uma notícia esperada desde a descoberta do Bóson de Higgs. Em uma conferência, a equipe de cientistas do Instituto Smithsoniano de Harvard anunciaram as principais evidências que mostram a existência das ondas gravitacionais.
Ao desenvolver a Teoria da Relatividade Geral, Einstein previu que a aceleração de grandes massas formariam ondas através do espaço, assim como uma onda formada na superfície de um copo d’água. Entretanto, até o momento haviam diversas evidências indiretas que indicavam que as ondas gravitacionais poderiam ser detectadas a partir da polarização da Radiação Cósmica de Fundo.
Para quem não conhece, a Radiação Cósmica de Fundo é uma quantidade de radiação de micro-ondas observável em qualquer direção do espaço. Ela é considerada como uma evidência direta da teoria do Big Bang, já que esta radiação foi emitida enquanto a estrutura do Universo se expandia e resfriava, permitindo com que os fótons viajassem livremente pelo espaço, e as primeiras partículas elementares começaram a se formar.
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Os dados foram coletados entre 2010 e 2012 por um detector chamado BICEP, localizado estrategicamente numa estação de pesquisa no Pólo Sul. A baixa temperatura e o ar seco tornam este lugar inóspito num ótimo ambiente para analisar a polarização da radiação cósmica de fundo.
Segundo John Kovac, professor do Centro de Astrofísica de Harvard, os dados coletados indicaram que a polarização da CMB medida apresentava um fator de polarização acima do esperado.
A descoberta dessas ondas avançará os estudos da cosmologia num novo passo: com estas informações, será possível entender como o Universo evoluiu nos seus instantes iniciais, passando por um período conhecido como expansão inflacionária. Além disso, o estudo destas ondas ajudará no desenvolvimento da chamada Teoria da Grande Unificação, que poderia unificar diversas áreas da física.